Se tem um aroma que todos os humanos gostam é o cheirinho de bebê. Quando um bebê nasce na família todos os parentes dão um jeitinho de fazer logo uma visita para levar um presente para o recém-nascido e aproveitar para dar um “cheiro” no pequeno.
Quando nos tornamos mães sentir o cheirinho dos filhos torna-se algo essencial e especial na vida materna.
Me lembro que a primeira coisa que eu disse ao colocarem meu filho nos meus braços pela primeira vez foi: “Que cheirinho bom ele tem…”
Pesquisadores do Canadá resolveram desvendar esse mistério e fizeram um amplo estudo sobre a reação das mães com o cheiro dos bebês e acabaram por descobrir que esse cheirinho tão especial e gostoso também pode ser tão viciante como uma droga.
Segundo os cientistas da Universidade de Montreal, o odor de um bebê recém-nascido ativa os centros de recompensa em nosso cérebro de uma forma que qualquer outro perfume não é capaz de fazer.
O odor de um recém-nascido é uma comunicação química entre mãe e filho e estimula os mesmos circuitos de recompensa no cérebro, quando se come algo agradável – ou se faz sexo.
Para as mulheres (mães em especial) essa experiência gera um aumento da dopamina no cérebro.
A dopamina é uma molécula que o nosso corpo produz naturalmente, e é a substância que está por trás dos nossos sonhos e maiores segredos. Dopamina significa luxúria, amor, infidelidade, motivação, atenção, feminilidade, aprendizado e vício.
Quando o cérebro libera dopamina em resposta a estímulos naturais, a felicidade que sentimos é real.
Segundo os estudos, essa reação é tão forte que existe mesmo que o bebê não esteja na frente da mãe. É química entre mamãe e bebê.
Normalmente esses circuitos são ativados quando comemos com muita fome ou quando um viciado recebe uma dose de sua droga. Digamos que esse circuito só é ativado quando temos nosso desejo saciado.
Como foi feito o estudo?
Os pesquisadores usaram roupinhas que ficaram no corpinho de bebês durante 24hs e congelaram essas peças para capturar esse cheirinho.
Depois dividiram diversas mulheres em dois grupos iguais (metade das mulheres mães e a outra metade não).
Essas mulheres foram expostas a diversos tipos de cheiros e entre eles o cheirinho de bebê coletado das roupinhas. Ao mesmo tempo em que sentiam os cheiros, um scanner de ressonância magnética estudava as reações cerebrais delas.
A surpresa maior veio quando os exames revelaram que ao sentir o odor do recém-nascido o sistema límbico do cérebro delas se iluminou de forma drástica. E ainda mais para as mulheres que já eram mães, onde o centro de recompensas respondeu com tanta força que houve uma diferença estatística significativa em comparação com o grupo de mulheres que ainda não tinham seus instintos maternos aflorados.
O cheiro de bebê pode tocar tão fortemente em nossos centros de recompensa que isso acaba por explicar porque a maternidade faz as novas mamães tão felizes. Mesmo sem o bebê na frente delas, os cérebros foram inundados com endorfinas do prazer e do bem-estar.
O estudo mostrou que o odor dos recém-nascidos desempenha um papel no desenvolvimento de respostas motivacionais e emocionais entre mãe e filho, provocando funções de cuidado materno, como amamentação e proteção.
O vínculo mãe-filho que faz parte do sentimento de amor materno é um produto da evolução através da seleção natural em um ambiente em que tal vínculo é essencial para a sobrevivência do recém-nascido.
A criação de filhos é, então, uma forma de “instinto maternal”. E a natureza construiu mecanismos biológicos para garantir isso.
Para mães de mamíferos, um bebê exigente estimula a liberação do hormônio oxitocina, que por sua vez desencadeia um fluxo de leite.
A ocitocina também está implicada em um conjunto de comportamentos maternos durante a gravidez, fortalecendo o vínculo da mãe com o feto, o que afeta o desenvolvimento do feto.
A resposta crucial, instintiva e estimulante para alimentar a criança, através da liberação de ocitocina, ocorre apenas durante a gravidez e após o nascimento – caso contrário, os hormônios não entram em ação.
Ou seja, a natureza é sábia e nosso corpo acaba por reagir a todos esses instintos para que possamos procriar de forma segura e natural.
Deixe um comentário contando como foi sentir o cheirinho do seu bebê pela primeira vez.
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Bjs e até o próximo papo.
Sou Marília Tannuri Verni.
Mãe de 2 meninos (Ian – 11 anos e Lorenzo – 4 anos),
publicitária, idealizadora do portal Grávida em Campinas
e proprietária da loja infantil on line Petit Papillon Bebê & Criança.
Uma apaixonada pelo universo infantil e por todas as chances que a maternidade nos proporciona.
8 thoughts on “A ciência diz: Cheiro de bebê recém-nascido é tão viciante quanto drogas”
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Bom saber….no fundo mesmo acho que imaginávamos isso né rs