Adaptação na escola

Os primeiros dias na escola, normalmente, não são nada fáceis. Crises de choro de crianças e pais são muito comuns nessa fase, mas existem várias formas de se preparar para esse momento e aqui estão algumas dicas:

Você já parou pra pensar porque os primeiros dias de uma criança na escola são chamados de ADAPTAÇÃO?

Pare e faça uma reflexão: Como seria seu primeiro dia em um novo emprego? Como seria ir sozinha a uma festa que você não conhecesse ninguém? Difícil, né?

O primeiro dia na escola é um momento delicado e difícil tanto para a criança, que chega em um ambiente novo, desconhecido e diferente, como também para nós pais que sofremos antecipadamente com ansiedade e medo de como a criança irá reagir.

E é por isso que esse período se chama ADAPTAÇÃO. Um tempo dado aos pais e à criança para que os mesmos possam se adaptar a um novo cenário.

O mais adequado é trabalhar isso com a criança o quanto antes. Seja pela primeira vez na escola ou a mudança para uma nova instituição.

Pense que você se preparou. Pesquisou diversas opções, visitou várias escolas e métodos de ensino e está segura de sua escolha. Agora é hora de preparar o pequeno.

Nessa nova fase a criança vai passar algumas horas do dia longe do local onde ela estava acostumada a ficar e na presença de adultos e outras crianças que ela nunca viu. É de extrema importância explicar para criança o que vai acontecer e incentivá-la dizendo as coisas lindas e legais que você viu na escola, como por exemplo a sala de fantasias ou o parquinho de areia. Contar sobre a professora e os novo amiguinhos também é muito motivador.

Se for possível, será perfeito levar a criança para conhecer a escola junto com vocês e ir sentindo e percebendo o que ela mais gostou do local. Você pode usar dessa informação em momentos oportunos.

Sempre transmita segurança e tranquilidade para a criança, mesmo que você tenha algumas dúvidas ou vontade de chorar.

Para cada idade existe uma forma diferente de se adaptar:

– Bebês de 5 a 6 meses costumam se adaptar com mais facilidade e esse momento de transição costuma ser mais tranquilo. A maior dificuldade está na adaptação dos pais nessa fase. Em algum momento pode acontecer um choro de bebê natural dessa idade.

– Bebês a partir de 7 meses até 3 anos de idade costumam ter uma adaptação mais trabalhosa, porque nessa idade eles já estranham as pessoas e lugares e ainda não tem habilidade para compreender o que significa a escola e nem o que estão fazendo lá. Nessa hora é necessário ter muita paciência, confiança na sua escolha e passar muita tranquilidade.

A melhor maneira de adaptar é com a presença de alguém importante no convívio diário da criança (mãe, pai, avós, babás) nos primeiros dias da escola. Se informe como será esse período de adaptação e quais são as formas que a escola lida com essa questão.

Muitas tem momentos lúdicos como contação de histórias, picnic e peças de teatro nos primeiros dias.

Conforme o tempo passa essa criança vai entendendo que essa nova vida também é gostosa e que lá ela tem seu momento, seu espaço e aprende coisas novas.

– Crianças a partir dos 4 anos costumam ter uma adaptação bem tranquila, porque já tem a habilidade da verbalização e consegue compreender o que está acontecendo. Basta 1 ou 2 dias para que ela se integre ao novo espaço.

No início é comum ter uma criança ansiosa ou brava com a situação. A casa é um local que ela já conhece e domina e a escola algo novo e até mesmo assustador. Um desafio que, as vezes, ela não tem vontade de enfrentar por medo do novo (até nós temos medo do novo, não é mesmo?)

Muito comum nesse período são as manhas, sono e dores de barriga. Algumas crianças chegam a apresentar até um estado febril decorrente da ansiedade e medo.

Criança pequena na escola fazendo uma atividade com papel e caneta.

Pra finalizar vou dar 8 dicas para quem está passando ou vai passar por essa fase:

1) Esteja disponível

Converse no trabalho ou com seu marido e reserve um tempo para passar alguns dias ao lado do seu filho nessa fase de adaptação. Eu tirei alguns dias para adaptar os meus dois filhos.

2)  Um pedacinho de casa

Leve para a escola uma naninha, um paninho ou brinquedo que faça parte do mundinho do seu filho. Isso vai confortá-lo e fazer com ele saiba que tudo estará lá quando ele voltar pra casa. Tanto o Ian como o Lorenzo levaram suas naninhas na mochila maternidade. E na hora que o bicho pegava essa era a salvação.

3) Envolva a criança no processo

Leve-a para comprar o material escolar. Dê 3 opções de mochila e deixe a criança escolher qual ela quer. Na hora de etiquetar o material deixe a criança junto acompanhando o processo. Mostre os lápis de cor, giz de cera e outros itens coloridos…explique para que servem. Aqui em casa os dois ficaram muito empolgados com o material escolar…tive que comprar alguns itens a mais para abrir já em casa e eles poderem brincar.

4) Sempre cumpra suas promessas

Normalmente nos primeiros dias a criança fica na escola um curto período de tempo e aos poucos esse tempo vai se estendendo até o período completo. Nesse momento é de suma importância que a criança se sinta segura. Nada de mentir ou sair de fininho. Se você disser que a está esperando no pátio cumpra esse combinado.

5) Amor e firmeza

As primeiras semanas serão as mais difíceis e a criança ficará bem sensível. Sei que é muito difícil ver tudo isso acontecer (já passei por isso 2 vezes), mas é importante que seu filho aprenda a lidar com essas emoções e blindá-lo só fará com que fique mais frágil.

Então quando o choro aparecer diga a criança sobre a importância da escola e mostre que você sabe que ela está insegura e com medo, mas que você também tem certeza que ela é capaz de superar esse estágio. Nesse momento é necessário firmeza, mas também muito amor, colo e carinho.

Aqui em casa os dois choraram bastante na adaptação escolar, os dois entraram na escola com 1 ano e 11 meses e o que resolveu por aqui foi bastante diálogo e alguns combinados.

Com o mais velho (primeiro filho) foi mais complicado pra mim e pra ele. Todos os dias era aquele chororô, ele me agarrava pelo pescoço e pelos cabelos…foi uma fase beeem difícil. No quarto dia de adaptação eu mandei ele pra escola com a minha ajudante do lar e por incrível que pareça ele nem deu bola pra ela e super interagiu com os amigos e a professora…concluí que o problema era eu…rsrsrs…

No segundo filho também teve chororô, mas só no terceiro dia. Ele ficou super bem no primeiro e no segundo dia…dava até tchauzinho. Quando eu já achava que tudo estava resolvido começou a choradeira. A diretoria da escola me contou que isso era super comum e que a ficha dele demorou um pouco mais para cair (kkkkk). Com ele foi na base da conversa e da segurança. Eu dizia que estaria no pátio da escola para quando ele quisesse me ver. E lá eu fiquei por uns 10 dias. De vez em quando ele pedia pra professora que queria me ver e ela levava ele até lá. Até que um belo dia eu conversei com ele dizendo que eu precisava trabalhar na loja e que todos os dias eu estaria lá na hora da saída. Ele confiou e assim deu certo…

 6) Adapte a rotina da casa

Quando as aulas se iniciam o dia a dia da casa e da criança mudam por completo. Então será necessário fazer alguns ajustes de horário e afazeres. Em casa eu ajustei o horário da soneca e do almoço para não ter corre-corre na hora de sair…isso estressa a criança já de cara.

Os meus dois estudam a tarde. Então passei a acordá-los mais cedo, dar banho e almoço mais cedo e uma sonequinha antes de ir pra escola. Essa rotina iniciei 1 semana antes das aulas começarem.

 7) Prepare-se 

Por mais que você esteja convicta que tomou a melhor decisão, posso te dizer que na hora H a gente sente uma recaída.

Esteja preparada para lidar com os seus sentimentos e não os deixe te pegar de surpresa.

Uma boa ideia é, antes do começo das aulas, experimentar deixar seu filho em uma brinquedoteca, casa de brincar ou até a casa de alguma amiga e sair para fazer as unhas, um passeio no shopping ou algo que você goste. Assim vocês vão se acostumando e treinando a ficar um longe do outro.

Outra dica é procurar distrações, pois já te digo que a gente coloca muita caraminhola na cabeça e fica com aqueles pensamentos tipo: “será que ele está comendo”, “será que a professora vai ajudá-lo quando ele precisar”, “será que está bem”.

Por isso, no momento que for ficar sozinha, procure manter a cabeça e a mente ocupadas com trabalho, passeios e coisas que você estava sonhando em fazer sozinha há algum tempo.

8) Faça parte da turma

O período de adaptação também é pra você, que terá a fase de integração com pais, diretores e professores. Crie esse vínculo logo de início e participe das atividades propostas pela escola e procure participar dos eventos e aniversários de amiguinhos.

Na turma do Lorenzo criamos um grupo de Whatsapp com todas as mamães e criamos uma amizade muito bacana. As aulas terminaram e o grupo continuou firme e forte. Nas férias marcamos encontros e piqueniques com a criançada e foi muito divertido.

O convívio social e a aceitação de diferenças são um grande exemplo para incentivar seu pequeno a se abrir para novas amizades.

Não se sinta culpada em não poder estar 24hs com seu filho. A criança tem necessidade de estar com outras da mesma idade e aprender novas habilidades. Ninguém fica traumatizado por essa experiência. Todos passamos por isso e seu filho também vai passar.

Tudo isso pode parecer muito doloroso, mas com o passar do tempo tudo vai entrando nos eixos e a paz volta a reinar na família.

Gostou das dicas? Deixe aqui um comentário sobre como foi ou está sendo para você esse processo e compartilhe as dicas com as amigas que estão passando pela mesma fase.

Bjs e até o próximo papo!

Sou Marília Tannuri Verni.

Mãe de 2 meninos,

publicitária, idealizadora do portal Grávida em Campinas

e proprietária da loja Petit Papillon Bebê & Criança.

Uma apaixonada pelo universo infantil e por todas as chances que a maternidade nos proporciona.

Sobre

Mãe de 2 meninos, publicitária, idealizadora do portal Grávida em Campinas e proprietária da loja Petit Papillon Bebê & Criança. Uma apaixonada pelo universo infantil e por todas as chances que a maternidade nos proporciona.

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