A grande dúvida da maioria das gestante é sobre usar ou não a chupeta no bebê. Contudo, acho que essa é uma decisão tomada pelos pais e que pode mudar de filho para filho ou de momento para momento. Faça aquilo que seu coração pede, siga seus instintos e no fim você sempre vai saber o que é melhor para o SEU filho.
Como mãe posso dar a minha contribuição, visto que tive 2 filhos e amamentei os dois:
– O mais velho não chupou chupeta e nem dedo, porém ficava grudado com um paninho (que ele chamava de cois cois) até que começou a chupar esse pano e teve uma lesão chamada “língua de morango” (porque a língua fica realmente parecendo a fruta) e acabamos tendo que tirar o tal cois cois de repente.
– O mais novo “pegou” a chupeta já na maternidade e não largou mais.
Especialistas em educação familiar sabem há muito tempo que a sucção não nutritiva, como chupar um dedo, polegar ou chupeta, é um comportamento normal para a maioria dos bebês e crianças pequenas. De acordo com a Academia Americana de Odontopediatria (AAPD), ela está associada à necessidade de satisfazer o desejo de contato e segurança.
Até um tempo atrás os pais eram desencorajados a deixar seus bebês usarem chupetas. A preocupação era que eles interferissem na amamentação e que o uso prolongado pudesse causar atrasos na fala e problemas dentários.
Mas as atuais recomendações da Academia Americana de Pediatria afirmam que o uso de chupeta pode ser protetor contra a síndrome da morte súbita infantil (SMSI) . Como resultado, mais pais estão deixando seus bebês usá-las.
Para te ajudar a tomar essa decisão separamos aqui dicas e dúvidas respondidas por especialistas sobre o uso da chupeta:
1) É verdade que a chupeta acalma?
Sim, é verdade! O ato de sugar a chupeta desperta no bebê um sentimento muito parecido ao que que ele sente quando mama no peito e está intimamente associado a necessidade de segurança e satisfação afetiva.
É um hábito chamado pelos especialistas de “sucção não nutritiva” que é aceitável e normal até uma determinada idade.
Cada bebê é um, não podemos o comparar com o bebê da vizinha, da nossa prima ou até mesmo com seu próprio irmãozinho. Alguns deles se satisfazem apenas com a sucção do aleitamento materno e muitos outros necessitam da chupeta para satisfazer essas necessidades de sucção, principalmente em momentos como a cólica do recém-nascido ou choro de bebê. Para esses bebês o objeto funciona como um calmante.
2) Então chupar a chupeta tem a ver com a fase oral?
Com certeza! O bebê até os 2 anos tem uma necessidade de sugar e a chupeta transmite prazer e acalma essa criança.
Na famosa “fase oral” a boca é a forma como a criança se conecta com o mundo.
A chupeta acaba por imitar o seio materno (fonte de amor e de alimento), mas acaba por funcionar como um conforto para aqueles pequenos que estão com toda a energia canalizada para o momento oral.
3) Até quando é aceitável o uso da chupeta?
O Ministério da Saúde e a ABO (Associação Brasileira de Odontopediatria) recomendam que o ideal é buscar remover esse hábito até os 2 anos de idade, mas reconhecem que a data limite seja a de 3 anos.
Indicam que são maiores as chances de auto-correção da arcada dentária quando o uso do objeto for eliminado o quanto antes.
4) Quando oferecer a chupeta?
O ideal é ter bom senso e não oferecê-la antes que a criança a solicite. Tente deixá-la em local não muito fácil ou acessível para que a criança pegue sozinha.
Use a chupeta a seu favor, em momentos de sono ou tensão emocional somente para atender a demanda de aconchego momentânea.
Tão logo essa necessidade tenha sido suprida o ideal é removê-la e mudar o foco para uma distração.
5) Desvantagens do uso da chupeta:
– Se usada após a idade limite recomendada (3 anos) pode ocasionar a mudança na arcada dentária e na posição dos dentes, além da alteração na mordida.
– Pode provocar prejuízos na mastigação, na deglutição e até na fala (que fique claro que nem toda criança apresentará problemas na fala por usar ou não o objeto)
– Pode afetar a função respiratória ocasionando roncos e fadiga
– Facilita a migração de bactéria das secreções nasais para o ouvido facilitando as dores de ouvido e as otites nos pequenos
6) Dedo ou chupeta? O que é melhor?
Se você precisar optar, com certeza a chupeta é a melhor escolha, pois é um objeto sob o qual temos controle e podemos limitar o uso.
A principal razão para preferir chupar o dedo e o polegar ao invés de uma chupeta é que seu bebê não precisa que você coloque continuamente a chupeta na boca sempre que precisar para se acalmar. (Isso pode fazer você acordar várias vezes durante a noite se seu bebê chorar toda vez que ela cair.) Uma vez que seu bebê aprenda a encontrá-lo, seus dedos ou polegar sempre estarão disponíveis, para que possa usá-los com segurança para se acalmar.
Ainda assim, muitos especialistas relatam que os hábitos de chupar o dedo são mais difíceis de quebrar e que os chupadores de polegar têm maior probabilidade de desenvolver hábitos de sucção prolongados.
Mais importante ainda, não houve estudos para mostrar que a sucção de dedos e polegares oferece o mesmo benefício na redução do risco de SIDS , o que seria uma grande razão para preferir o uso de chupeta.
7) A chupeta previne a Morte Súbita?
A Síndrome da morte súbita é um raro fenômeno que leva o bebê a óbito durante o sono e não tem nenhuma explicação médica.
A Academia Americana de Pediatria afirma que o uso da chupeta diminui o risco de morte súbita.
Um estudo publicado em uma edição de 2005 do British Medical Journal descobriu que os bebês que usavam chupetas enquanto dormiam tinham uma probabilidade significativamente menor de morrer de SMSI do que aqueles que não os usavam, independentemente de os bebês terem dormido de costas ou bruços. Os pesquisadores especularam que a chupeta pode ter mantido as vias aéreas abertas e que o cabo da chupeta pode ter impedido que o bebê enterrasse a cabeça na cama.
Mas sabemos que esses dados não são o suficiente para justificar o uso do objeto e que a amamentação é uma das melhores formas de proteger seu bebê, além de coibir o bebê a dormir de bruços e não fumar no mesmo ambiente que o bebê.
8) Como e qual chupeta usar?
Um bebê precisa de um ambiente tranquilo e de paz para se desenvolver com saúde e as vezes um choro constante pode desestruturar uma família inteira. Então, em nome dessa tranquilidade, pode ser que valha a pena tentar o uso da chupeta sempre seguindo as orientações:
– Escolha chupetas ortodônticas e indicadas para a faixa etária do bebê
– Prefira as de silicone (um pouco mais caras), pois o látex favorece o acúmulo de bactérias
– Escolha modelos com o suporte de sustentação amplo e vazado que diminuem o risco do bebê engolir a chupeta ou uma eventual asfixia.
– Esterilize as chupetas todos os dias (pelo menos nos 3 primeiros meses) e guarde-as em local apropriado e também esterilizado
– Sempre confira se o objeto não está furado, desgastado ou grudento e caso esteja nessas condições jogue-o fora
– Tente limitar o uso da chupeta em momentos necessários como a hora da cólica ou para ajudar o bebê a adormecer ou se acalmar. Não deixe que isso vire um vício. Você controla o uso, não ele.
– Evite prendedores e cordinhas
9) Como fazer com que o bebê abandone o hábito na idade certa?
Levar a criança a um especialista odontopediatra é a melhor escolha, visto que esse profissional irá orientar a maneira correta da retirada com o mínimo de traumas possíveis.
Aqui em casa o Lorenzo largou a chupeta recentemente (2 anos e 11 meses). O primeiro passo foi deixar a chupeta no quarto e não levar mais na bolsa maternidade e mochila da escola. Combinamos que a chupeta seria usada somente para dormir.
Depois desse passo já realizado com sucesso tentei fazer trocas com presentes e com o papai noel e as táticas não funcionaram por aqui. Então fui deixando as chupetas estragarem e fui jogando fora sem repor o estoque.
Quando sobrou apenas 1 chupeta eu disse a ele que quando um bebê nasce ele ganha uma caixa cheia de chupetas e conforme elas vão estragando vão sendo jogadas fora. Então quando a última chupeta estraga significa que o bebê cresceu e não precisa mais dela. Também mostrei algumas fotos no Google de dentes bem feios (dei uma de mãe carrasca…kkkk), mas no dia que mostrei ele nem deu bola.
Faz uma semana que ele me pediu para guardar a última chupeta na gaveta (antes dela estragar) e disse que não queria mais chupar para não ficar com buraco no dente (rsrsrssr). E assim foi…nunca mais pediu…
Mas existem diversas outras formas lúdicas de fazer esse processo usando e abusando da fantasia, das fadas e outros artifícios. Sempre sem traumas:
– Diminua o uso do objeto a poucos períodos como a hora de dormir e alguns momentos críticos (criança doente ou se sentindo mal).
– Peça para a criança sempre tirar a chupeta da boca para falar.
– Depois da criança adormecida tente retirar, com delicadeza, a chupeta da boca dela
– Se optar pelo prêmio prefira passeios, brincadeiras e privilégios.
– Crianças adoram se sentir crescidas, mostre o primo ou o amigo mais velho que não usa chupeta.
– Pergunte a outras mães quais estratégias usaram nesse momento…quem sabe uma delas dá certo com seu pequeno.
10) E se nada disso funcionar?
Então é hora de procurar um profissional especializado fonoaudiólogo, odontopediatra ou até um psicólogo que saberão te orientar como proceder.
E no mundo há diversas mamães que se utilizam desse artifício, enquanto outras detestem essa possibilidade. O fato é que elas usam bicos e chupetas há séculos para acalentar e acalmar seus filhos e só você pode fazer essa escolha.
Retirada da chupeta
Quando chega o final do ano muitas mamães ficam pensando na possibilidade de retirar a chupeta da criança. Muitas pensam em trocar por um presente com o papai noel ou aproveitar as férias para realizar essa retirada.
A época mais certa para fazer isso é a partir de 1 ano e meio e no máximo até os 3 anos. Inicialmente a retirada da chupeta pode parecer uma grande perda para a criança e um sofrimento para os pais. Mas existem diversas técnicas para realizar essa retirada da chupeta de forma menos traumática possível.
Aqui vamos listar algumas:
1) Meu bebê cresceu….e agora?
Em todas as fases de transição dos filhos é preciso encarar de frente que seu bebê está crescendo. Assumindo isso fica mais fácil para todos os envolvidos que essa fase passe tranquilamente.
2) Comece aos poucos, gradativamente
A chupeta deve ser retirada aos poucos e sem que a criança esteja passando por outras mudanças como a chegada de um irmãozinho, mudança de escola, retirada das fraldas entre outros.
No início, o ideal é que você vá limitando os horários de uso da chupeta. Faça um combinado com a criança que a chupeta será usada somente na hora de dormir. Tem muitas mamães que optam por deixar a chupeta no berço ou na caminha para que o bebê vá assimilando a chupeta só com a hora de nanar.
3) Comece a retirar, com delicadeza, a chupeta da boca da criança quando ela adormece
Converse com seu filho e avise que depois que ele adormecer você vai tirar a chupeta da boca e que a deixará ao lado dele…pertinho do travesseiro. Explique que se ele acordar e quiser pode pegar a chupeta e colocá-la na boca.
Não descumpra com o que você combinou e nunca suma com a chupeta.
4) Quando a criança for falar peça para que tire a chupeta
Todas as vezes que a criança quiser falar, insista para que ela retire a chupeta da boca, porque com a chupeta você não consegue entender o que ela fala. Essa é uma boa tática porque eles gostam muito de se fazer entender…não recue…insista…
5) Converse muito
Conte para seu bebê que é normal as crianças soltarem a chupeta quando dormem sem perceber.
Se ele acordar sem a chupeta na boca incentive e destaque que ele já não precisa mais dela.
6) Não suma com a chupeta
Um grande erro cometido pelos pais ou cuidadores é jogar a chupeta no lixo ou sumir com o objeto sem a criança perceber e ter a esperança que ela vai esquecer que a chupeta existe.
É muito importante que seu filho participe de todo o processo, pois assim fica mais fácil cobrar a ajuda dele.
7) Não desista logo no início
As coisas não acontecem da noite para o dia. O bebê desenvolve um apego grande a esses objetos e é normal que haja choro do bebê e queira desfazer os acordos prometidos.
Fique firme, tenha paciência e converse bastante. Ofereça carinhos, colo e beijinhos e faça a criança entender que tudo está sendo feito para o bem dela.
Alguns pais querem destacar que a chupeta deixa o dente torto e feio, mas não espere que ela compreenda esses malefícios. Nunca esqueça que foi você que ofereceu isso a ela e portanto também é responsável pela situação.
8) Evite ter muitas chupetas
O ideal é que se tenha apenas uma, pois ter muitas facilita o acesso do bebê ao objeto.
Caso a chupeta fique suja ou seja perdida a criança não terá outra opção a não ser ficar sem.
Sempre mostre que ela só tem uma.
9) Todos devem estar envolvidos
Todos que convivem com a criança (avós, babás, tias e professoras) tem que estar de acordo e envolvidos com o processo.
A criança não pode ficar confusa e nem tentar colocar uns contra os outros.
10) Não use condimentos e pimenta e nem corte o bico
Outro grande erro por parte dos pais e tentar boicotar o objeto passando pimenta ou condimentos fortes para que a criança não consiga usar a chupeta. Esse ato pode ser muito prejudicial à saúde do bebê irritando a língua e gengivas ou provocando ânsias.
A criança precisa participar do processo conscientemente.
11) Combine o dia D
Depois de todos esses passos combine com seu filho uma data final para o uso da chupeta. Aproveite alguma data comemorativa como o Natal, dia das crianças, páscoa ou o aniversário e troque por algo que ele queira muito.
É muito importante que os pais cumpram o combinado e realmente entreguem o objeto ou joguem fora para não cair na tentação de dar de volta a chupeta.
É esperado que nos primeiros dias a criança chore muito e queira desfazer o combinado e até devolver o presente, mas isso é passageiro.
12) Não volte atrás
O diálogo é chave mestra dessa fase. Explique para a criança que ela está crescendo, virando um mocinho ou uma mocinha e que já tem capacidade de falar sobre os seus sentimentos.
Muitas vezes nos surpreendemos com a maturidade desses pequenos.
Você seguiu passo a passo todas as táticas, mas a criança ainda dá muitos sinais que sente falta da chupeta?
Então aqui vão as dicas finais para ganhar essa batalha:
1 – Atenção ao maior inimigo da retirada da chupeta – o dedo
A criança desiste da chupeta, mas descobre que chupar o dedo também é muito bom.
Não entre em desespero.
Sempre chame a atenção para outra atividade e tente não repreender a criança, pois isso pode ter um efeito contrário.
Outra boa dica é sempre ocupar a mão da criança com brinquedos e outros objetos.
2 – Não tente denegrir a imagem da chupeta
Ela foi, até esse momento, um objeto muito especial e precioso para seu bebê. Denegrir a imagem dela só trará ansiedade e poderá gerar um trauma.
Não se utilize de frases , de maneira pejorativa , como por exemplo: “Chupeta é feio” ou “Chupeta é coisa de bebezinho”, pois a resultado disso pode ser estressante.
Utilize sempre o lado positivo das coisas mostrando como é legal crescer e conquistar novos aprendizados. Falar sobre o primo que deixou a chupeta e agora pode ir jogar bola com o papai ou sobre a amiguinha da escola que largou a chupeta e ganhou um presente muito bacana.
3 – Cartada Final
Se nada disso funcionar tente uma viagem ou passeio e “esqueça” a chupeta em casa. Seu filho não precisa saber que em toda esquina tem uma farmácia lotada de todos os modelos de chupetas. Será uma boa oportunidade para vocês dois enfrentarem a situação de forma inteligente.
Tirar a chupeta é um ato de amor para com seu filho, pois você estará fazendo a ele um bem enorme. Sempre que ele chorar se lembre disso.
Amor, carinho e muitos beijinho e tudo dará certo.
Gostou das dicas? Deixe aqui um comentário sobre como foi ou está sendo para você esse processo e compartilhe as dicas com as amigas que estão passando pela mesma fase.
Bjs e até o próximo papo!
Mãe de 2 meninos,
publicitária, idealizadora do portal Grávida em Campinas
e proprietária da loja Petit Papillon Bebê & Criança.
Uma apaixonada pelo universo infantil e por todas as chances que a maternidade nos proporciona.